Santa Catarina vem solidificando seu papel de destaque no cenário de importações do Brasil, com um volume significativo vindo da China, seu principal parceiro comercial. Em 2023, o estado importou um total de US$ 28,8 bilhões, sendo US$ 11,722 bilhões provenientes da China, um aumento de 1,99% em relação a 2022.

Head Comercial da IDB do Brasil Trading, Chaiana Jacques

Este ano, as relações comerciais entre Brasil e China completam 50 anos, marcando meio século de intercâmbio econômico benéfico para ambos os países. Ao longo desse período, a China consolidou-se como o maior parceiro comercial do Brasil. Segundo a especialista e Head Comercial da IDB do Brasil Trading, Chaiana Jacques, que recentemente realizou uma missão comercial ao país, essa relação oferece muitos aprendizados e uma análise das melhores práticas para o mercado do comércio exterior.

“A visita comercial teve como principal objetivo identificar oportunidades para a IDB no futuro, especialmente no que diz respeito ao outsourcing para atender nossos clientes e ao desenvolvimento de produtos internacionais para representar no Brasil. Além disso, esse encontro possibilitou uma compreensão ainda mais aprofundada sobre a cultura e demais fatores que influenciam a relação comercial entre os dois países”, afirmou Chaiana.

Os produtos chineses representam 40,7% das importações catarinenses, com destaque para eletrodomésticos de cozinha, que tiveram um aumento expressivo de 56,9%.

A relação tem sido uma via de mão dupla. Uma das principais vantagens para o Brasil é o robusto mercado consumidor chinês, um destino importante para as exportações brasileiras de commodities. A demanda chinesa impulsiona o agronegócio e a indústria extrativa do país, gerando emprego e crescimento econômico. Além disso, a troca de conhecimentos tecnológicos é uma vantagem significativa. A China, líder em inovação e tecnologia, pode cooperar com o Brasil no avanço em áreas como inteligência artificial, energias renováveis e infraestrutura, enquanto o Brasil pode compartilhar sua expertise em setores como agronegócio sustentável e biotecnologia.

Segundo a executiva, é perceptível a necessidade de uma integração maior entre as cadeias produtivas dos dois países, promovendo joint ventures e parcerias estratégicas. O investimento em missões comerciais também pode facilitar o acesso a novos mercados e reduzir as barreiras comerciais. Além disso, a digitalização dos processos do comércio exterior, como a utilização do blockchain para garantir a transparência e segurança das transações, é uma tendência que pode beneficiar o Brasil e a China. O fortalecimento de acordos bilaterais e multilaterais também é crucial para promover um ambiente de negócios mais estável e previsível.

Durante a missão comercial, Chaiana compareceu a Canton Fair, maior feira do mundo para importadores, e impressionou-se pela qualidade dos produtos e avanços tecnológicos. “A feira oferece uma visão clara do potencial significativo para o mercado brasileiro, destacando a importância das relações comerciais entre Brasil e China para o crescimento e desenvolvimento mútuo”, destaca ela.